Caixa de Guerra faz festa
À luz do multiculturalismo, a trajetória de um dos instrumentos mais utilizados nas manifestações populares no Brasil.
Palabras clave:
MulticulturalismoResumen
O presente artigo nasceu a partir de um trabalho da disciplina Aproximação ao Ambiente Profissional 3 do curso de licenciatura em História da Faculdade Unyleya. A diretriz era que os alunos fizessem a relação de manifestação cultural brasileira com alguma das matérias do 4º período do curso. Ao deparar-me com a matéria História Medieval e observar uma imagem do pintor Rembrandt, reparei num detalhe no canto direito: um tocador de tambor. Foi o estopim para iniciar a pesquisa do tal tambor e sua ramificação ou aperfeiçoamento até se transformar num instrumento específico como o conhecemos hoje, a caixa. Ela é bastante utilizada em inúmeras manifestações populares nacionais. E porque caixa de guerra? O motivo foi justamente fazer a relação pedida nos enunciados da disciplina e revelar que uma coisa inicialmente forjada para funções de guerra, de auxílio nos campos de batalha, se transformou num item diametralmente oposto pelo qual foi criado. É a caixa que norteia a pulsação rítmica das festas populares, dos desfiles das escolas de samba. Criada para os cortejos em regiões conflagradas que levava os homens para morte, a caixa na contemporaneidade afasta a miséria e as mazelas através de seus toques, impulsionando corpos em direção ao êxtase e a alegria. A caixa de guerra faz é festa!
Citas
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